Sobre o inverno

Começamos por verificar que o tempo está cada vez mais frio e que a chuva nos visita com maior frequência. Daí passamos para o facto de ser inverno e fomos explorar as características da estação. Entre outras coisas falamos das alterações na roupa que usamos e fomos verificar se, na área da casa os bonecos estavam vestidos de acordo com a época. Coitados! Havia "meninos" de calções e de manga curta! O saco das roupas quentes saiu da despensa e lá meteram mãos à obra, despe e veste e depois de algum tempo todos os bonecos vestiam confortáveis e quentes roupas dos  pés à cabeça. Entretanto íamos conversando sobre cada peça de roupa, sua importância, momento e local adequado para usar (ex: gabardina- é impermeável, protege da chuva, usa-se na rua).

Daí foi fácil passar para a concretização gráfica - recortar de revistas um conjunto de peças de vestuário de acordo com o inverno.

Decoramos a entrada do JI com um cartaz coletivo de uma paisagem de inverno.

Os meninos de 3 anos, que têm estado a trabalhar as figuras geométricas  com  círculos fizeram estes lindos mini cartazes.

 Embora não costume nevar nesta zona do país, todos falam da neve e dos bonecos de neve, que para alguns fazem apenas parte do seu universo imaginário, mas que está carregado de magia para todos.

Permeavel ou impermeavel?

Estando às voltas com a estação do ano que há pouco começou e a propósito das roupas que nos obriga a usar, surgiu uma palavra que ninguém conseguiu definir: IMPERMEAVEL.
Como gostamos muito de aprender coisas novas, lançamo-nos na investigação e, desta vez, tivemos uma ajuda especial: o André, que é filho da Quina e que desde que era da nossa idade também gosta muito de investigar, tanto que já é adulto e continua a investigar ...
Ora, o André preparou umas experiências para nos ajudar a compreender o que quer dizer esta palavra e também a palavra PERMEAVEL, que significa o contrário da primeira.

No dia anterior já tínhamos conversado que permeavel é uma coisa que deixa passar a água e impermeavel uma coisa que a não deixa passar.

O André perguntou se alguém sabia porque é que uns materiais são permeaveis e outros impermeaveis. Como ninguém sabia, ele fez outra pergunta: "E o que é que acham que tem de acontecer para um material deixar passar a água?   Depois de pensarmos um bocadinho, a Inês F. pôs o dedo no ar  e disse "Eu acho que tem de ter buraquinhos".

Então  experimentamos deitar água num plástico e deitar água num tecido. O plástico não deixou passar a água (é impermeavel) mas o tecido deixou (é permeavel).

Todos os meninos observaram então os 2 materiais e a Inês F. disse que "as lãs do tecido, quando são cozidas umas nas outras para fazer o tecido, deixam uns buraquinhos muito pequeninos e a água passa por aí!"

O André sugeriu  que víssemos os 2 materiais no microscópio, para ver se todos conseguiam ver a diferença entre os materiais e confirmar se a Inês tinha ou não razão.

(Adorámos olhar pelo microscópio!)

Maravilha! Descobrimos então os tais buraquinhos que a Inês dizia!
"Parecem os quadrados do jogo do galo!", disse alguém.




Depois o André propôs que pusessemos areia num funil com filtro e, em seguida, deitássemos água - a água passou para o alguidar que estava debaixo do funil;

Depois fizémos a mesma experiência com barro - a àgua não passou pelo barro e continuou no funil

Conclusão: A areia é permeavel e o barro é impermeavel. A água passa pelos espaços entre os grãos de areia, mas não passa pelo barro.

Adorámos fazer estas experiências.

Obrigado, André! Quando voltares para o Brasil para o teu trabalho, continua a fazer experiências para depois vires cá fazer com a gente!

No final fizemos um jogo com a educadora e uns meninos eram o tecido ou o plástico e outros eram gotinhas de água que queriam passar para o outro lado....






































































experimentamos pôr água num plástico e num tecido para ver o que acontecia

O peso

Depois de trabalharmos as alturas, fomos pesar: pesar-nos a nós, pesar objetos da sala e descobrir que há um tipo de balança próprio para cada tipo de coisa que queremos pesar.
Podemos sentir o peso dos objetos com o nosso corpo e descobrir qual pesa mais ou menos, mas também podemos utilizar balanças:

 Para nos pesar...

Trabalho dos 3 anos

Os meninos de 5 anos representaram os seus pesos  em gráfico e já são capazes de interpretar os dados registados.



Para pesar objetos que cada criança recolheu na sala:

Para pesar e comparar grandezas...




Aprendemos também que o peso das coisas se expressa em quilos...

Eu sou grande... e tu?

Esta atividade surgiu a pretexto de algumas crianças andarem a comparar tamanhos entre si.

Como fita métrica usamos um puzzle que o grupo recebeu no final do ano letivo anterior.












Todos se descalçaram e fizemos a medição individual....














.... depois fomos descobrir: quem será o mais alto da sala? e o mais baixo? Haverá algum menino do tamanho de outro? Serão os mais velhos obrigatoriamente mais altos? A menina mais nova é a mais baixa?.... Para tal registamos as medidas e construimos um gráfico que analisamos.

Ainda vamos fazer algumas atividades para as crianças perceberem a necessidade de haver uma medida padrão , mas entretanto já lançaram um novo desafio : "E o mais pesado, quem é?"

Esperamos que os responsáveis por levar a balança não se esqueçam... à cautela, a minha já está  num saco à porta de casa!

O bolo rei é redondo... (Lengalenga)

A partir de uma conhecida lengalenga, o grupo criou uma nova.
(Já se nota nas crianças mais velhas uma apetência grande para brincar com as palavras, com as rimas, para criar pequenos textos).

 "O Bolo-Rei é redondo

a cavalo num pombo

o pombo é castanho

a cavalo no banho

o banho tem espuma

a cavalo num puma

o puma tem garra

a cavalo numa jarra

a jarra tem flores

a cavalo  nas Leonores

as Leonores são meninas

a cavalo nas Cristinas

as Cristinas têm bebés

a cavalo no nº 10

o nº 10 tem uma  perna

já é inverno e o ouriço hiberna!" 

(e como os afetos estão presentes mesmo quando as pessoas não estão fisicamente conosco - a Cristina, apesar de ausente está sempre nos seus corações)

Um destes dias, a Margarida D. quis dizer-me umas palavras que rimam e no final, explicou-me muito feliz: "Foi o meu pai que me ensinou ". Que bom sentir que as famílias vão tomando consciência do que é importante fazer para apoiar o desenvolvimento das crianças! e como foi importante para a autoestima da Margarida a intervenção do pai!

Dia de Reis

Cada situação vivida no JI deve ser aproveitada para crescer - crescer física ou mentalmente, crescer no sentido de ampliar as capacidades de cada criança e de melhor a "apetrechar" para o futuro (e o futuro pode ser já amanhã , quando uma nova situação ocorrer e o que fizeram hoje  servir para resolver as questões de amanhã).

Foi isso que fizemos na preparação do Dia de Reis. Volto a este dia porque me parece importante partilhar como foram feitos os "bolos-rei".
Após se observar um deles na realidade, conversamos sobre como podería ser feita a sua representação na sala.
Sugestões:
"Tens uma folha de papel... daquelas de desenhar... desenhas lá um círculo e pintas... e fazes os frutos açucarados com desenho"
" Olha... fazemos com cartolina, corta-se um bolo rei e cola-se na folha e...." "... podemos colar coisas a fingir que são as frutas"....
Finalmente decidiu-se utilizar cartolina e pedaços de papel brilhante... mas, como desenhar o círculo em cartolina ?
"... desenhamos...", "... vais buscar uma taça e pões em cima da cartolina, pões a mão lá dentro a segurar e com a outra mão desenhas à volta com um lápis", "o buraco do bolo fazes com uma taça mais pequena"

A Inês demonstrou aos amigos a ideia que explicara...











 e, com apoio de um adulto, cada um desenhou, recortou e decorou o seu bolo (menos os meninos de 3 anos que só decoraram).





 

 Os bolos ficaram "apetitosos", cada um de acordo com cada criança e o seu gosto e capacidade.
 







 ( o papel da educadora foi o de ajudar a pensar, a encontrar uma resposta para a questão "Como desenhar o círculo?", de orientar  o trabalho e apoiar na sua execução. As crianças é que encontraram a resposta.)

Ainda neste dia,  a Maria João apresentou aos amigos as romãs que trouxera para comermos por ser dia de reis. Mostrou como cada uma parece ter uma pequena coroa, como os bagos são vermelhos como algumas pedras preciosas usadas nas coroas e partilhou com todos este fruto sumarento e doce.

Bem vindo 2005!

De regresso....

(Resolvidos os problemas de computador, vou recomeçar as publicações. Este ano o blog parece estar enguiçado. Ora arranca, ora pára! esperamos que desta vez não haja mais problemas.)

Muitas coisas para contar ! ... passeios, festas, jantares com a família, Natal, Ano Novo e, claro, muitas prendas para todas as crianças. Tanto conversamos que nos perdemos um bocadinho e deixámos parte do trabalho para amanhã - mudança de ano, alteração da estação do ano, marcação de presenças....

Bem, mas sobre  o dia de reis, o trabalho vai avançado!!
Alguns meninos já sabiam porque é que o dia de amanhã é chamado "Dia de Reis" e até souberam explicar aos mais novos mas, para todos entenderem melhor, pesquisamos na net uma história que vimos em seguida.

No fim, enquanto o grupo de 5 anos  trabalhava a concentração e a capacidade de observação descobrindo as diferenças entre 2 imagens (de reis magos nos seus camelos), o resto dos meninos iniciou as suas coroas. 





 
De tarde, no fim de aprender uma canção sobre este tema, os meninos de 3 e 4 anos ajudaram os Reis Magos a fazer o caminho até ao pé do Menino Jesus (ficha para treino da destreza óculo-manual), os mais velhos fizeram as suas coroas. 



  E foi assim que ficaram as coroas deste ano ...

Ainda sobrou um bocadinho pequeno de tempo alguns meninos fazerem  atividades livres.... mas bem pequenino!